Quando se fala em psicologia corporal, trata-se de abordagens da psicologia que enfocam a relação entre o corpo e as estruturas psíquicas. No linguajar dos psicólogos e afins, denomina-se somáticas as manifestações no plano físico, corporal.

Wilhelm Reich foi o fundador de uma das mais influentes abordagens no campo da psicologia corporal. Discípulo de Freud, chegou à coordenação da comissão de técnicas da Sociedade Psicanalítica de Viena com menos de trinta anos. Porém se desvinculou e resolveu se dedicar ao entendimento da relação entre soma e psique, corpo e alma, mas pela perspectiva do corpo.

Uma de suas principais fundamentações teóricas foi Análise do Caráter, em que descreve o modo como nosso jeito de ser, nosso caráter, se manifesta em nossa estrutura corporal, como tensões musculares crônicas, que denominou de blindagem caracterológica. Como uma armadura, esses bloqueios musculares, teriam a função de nos defender de conteúdos emocionais e suas consequências ao se expressarem no mundo.

A análise do Caráter, traz em si a prerrogativa de que não há uma mente e um corpo, e sim uma mente-corpo funcionando de modo totalmente integrado. Assim, é possível se pensar intervenções corporais que influenciem o psiquismo, assim como o contrário, as intervenções psicoterapêuticas exercem uma influência sobre nosso funcionamento corporal.

As abordagens relacionados à psicologia corporal lançam uma outra luz sobre o físico, sobre este corpo animado, anímico, que parece muitas vezes querer se expressar por meio de metáforas, em suas manifestações somáticas, por vezes conhecidas pelo senso comum, uma carência que adoece, uma dor de cabeça que recusa, um nervosismo que dá dor de barriga.